O terceiro cenário identificado na pesquisa do jornal Diário de Cuiabá é o mais intrincado para se entender. Mas não é impossível. Eis o cenário.

Lucimar Campos e Wallace Guimarães surgem tecnicamente empatados. E de fato, independentemente de qualquer pesquisa eleitoral, ambos estão empatados na vida política, porque jamais praticaram qualquer ato que tenha produzido algum bem estar para o eleitor. São ilustres inertes, embora estejam atrelados à política.

Mas como explicar que tenham intenção de voto tão significativa? Simples: quando não se tem um pintado, a jiripoca ganha ares de peixe nobre. Na ausência do candidato ideal (aquele que assuma o papel de oposição), o eleitor, diante da rejeição inicial a Tião da Zaeli, opta pelo que há disponível (a pesquisa é estimulada). E o raciocínio é um só e direto: desde que eu não vote em fulano, voto em qualquer um, daí a divisão equitativa entre Lucimar e Wallace, as jiripocas da pesquisa do Ibope.

É evidente que a explicação é mais técnica do que essa da jiripoca, mas a analogia serve para ilustrar o fato de Lucimar e Wallace terem intenções de voto.

Na cabeça de Lucimar Campos sua intenção de votos apontada na pesquisa é fruto do eleitorado de Jaime Campos, que estaria a lhe transmitir votos. Nada mais ilusório: não se transferem votos em uma eleição, exceto por rejeição. Jaime Campos não transferiu um só voto para Lucimar Campos, já Zaeli o faz por ter rejeição a seu nome.

Existe a possibilidade de o eleitor votar no candidato indicado por alguém, mas isso não é transferência de voto. Explica-se. Se a administração é bem conceituada é comum que o eleitor queira a continuidade dessa administração, por isso é comum que venha a votar no candidato indicado pelo governante. Isso não é transferência de votos, mas transferência de expectativa de continuidade de um bom governo.

Considerando-se que Jaime Campos não está no governo e não tem a aprovação da população, fica evidente que não pode transferir votos para Lucimar Campos. Os votos de Lucimar Campos são os perdidos por Zaeli, jamais os ofertados por Jaime Campos. E para inverter essa situação basta que Zaeli assuma definitivamente o papel de oposição, coisa que ainda não fez.

Ganhará a eleição em Várzea Grande aquele que se posicionar como oposição ao estado calamitoso deixada por Murilo Domingos e por alguns vereadores.