Em 15 dias, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apreendeu quase meia tonelada de tomate em Foz do Iguaçu, no oeste do estado. A última apreensão, de 100 kg, foi feita na madrugada desta quarta-feira (10), na Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com o Paraguai. As outras foram flagradas na Ponte Tancredo Neves, principal via de acesso à Argentina, de onde o produto vem sendo trazido ilegalmente.
A prática é comum em regiões de fronteira e envolvem todo tipo de mercadoria, aponta o chefe do escritório do Mapa, Antônio Garcez. Entre os produtos argentinos preferidos pelos atravessadores e consumidores brasileiros estão cebola, farinha de trigo, alho, frutas e carnes. “Estes produtos continuam sendo trazidos para o Brasil de forma ilegal, mas nos últimos dias temos notado a preferência pelo tomate”, aponta.
A explicação está na alta do preço no Brasil. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, o tomate tem sido vendido nas últimas semanas por cerca de R$ 8 o quilo, mais que o dobro da média praticada nos mercados da vizinha Puerto Iguazú, na Argentina. A diferença tem levado muitos consumidores brasileiros a cruzar a fronteira e esgotar os produtos assim que chegam às prateleiras.
Por causa da grande procura, comerciantes argentinos estão pensando em aumentar o preço do produto que começou a faltar em alguns estabelecimentos. “Não estamos dando conta da demanda. Tudo o que chega é colocado à venda e sai bem rápido. Não dá tempo nem de estocar. E já recebemos orientação para remarcar o preço”, conta o comerciante Jorge Gutierrez.
Controle: Os fiscais do Ministério da Agricultura reforçam que a prática é ilegal e quem for flagrado tentando entrar no país com o tomate terá o produto apreendido. “Este tipo de mercadoria exige o certificado fitossanitário internacional e precisa cumprir os trâmites de importação. Caso contrário terá que ser apreendido”, alerta.
Quanto à apreensão de tomate argentino na fronteira com o Paraguai, o chefe do escritório explica que para fugir da fiscalização na fronteira com a Argentina, os contrabandistas estão optando por alternativas menos arriscadas. “Na Ponte da Amizade não temos nenhum fiscal. Lá, contamos com a colaboração da Receita Federal, como aconteceu nesta quarta-feira. Na Ponte Tancredo Neves, trabalha apenas um fiscal, que alterna os horários de expediente entre a noite e o dia.” Garcez explica ainda que os produtos devem ser destruídos ou devolvidos à origem, de acordo com as condições.