A desaceleração no ritmo de alta dos preços dos alimentos ajudou a conter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que ficou em 0,6% - praticamente igual à taxa de outubro (0,59%), segundo divulgou nesta sexta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o indicador acumula alta de 5,01% - taxa infeiror aos 5,97% verificados no mesmo período de 2011. Em 12 meses, o IPCA ficou em 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.
Apesar de continuar em alta, o avanço nos preços dos alimentos perdeu fôlego: a variação de 1,36% em outubro caiu para 0,79% no mês seguinte. Entre os alimentos que ajudaram a conter o aumento maior da taxa está o arroz, que de uma variação de 10% em outubro, passou para 4,05% em novembro - movimento observado também no óleo de soja e no café, que também caíram.
Isso porque, segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE, as condições climáticas, que ao longo do ano vinham prejudicando as safras, melhoraram, proporcionando menores preços no varejo. Outra razão para a desaceleração dos preços de alimentos está nos estoques, que estão cheios. Segundo Eulina, os produtores tendem a segurar seus produtos em tempos de incertezas em relação ao clima.
Transportes, segundo do grupo importância nas despesas das famílias depois dos alimentos, teve forte impacto no IPCA de novembro: variação de 0,24% em outubro subiu para 0,68%.
As passagens aéreas, com os feriados de novembro, aumentaram obedecendo à política de oferta e demanda, e as companhias aéreas também repassaram ao consumidor parte dos aumentos de seus custos. Eulina explica que o querosene de aviação aumentou 12% este ano. A gasolina aumentou 12,7% em Curitiba e 4% em Salvador, cidades onde o preço estava defasado.
Despesas com habitação também pesaram no bolso das famílias, com o aumento dos preços da energia elétrica no Rio de janeiro e em Belém. O custo dos empregados domésticos continua impactando o orçamento, acumulando uma alta de 11,81% no ano, diz Eulina.
A expectativa de fim da redução do IPI no fim do ano aumentou a demanda pelo carro novo, acelerando a variação de 0,32% em outubro para 0,52% em novembro.