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Cidades Quarta-feira, 18 de Abril de 2018, 11:05 - A | A

Quarta-feira, 18 de Abril de 2018, 11h:05 - A | A

violência

Vice-presidente de Associação diz que Brasil é o país que mais mata e que governantes fecham os olhos

Lucione Nazareth & Geraldo Araújo/ VG Notícias

Heitor Reys

vice-presidente da Associação dos Familiares Vítimas da Violência de Mato Grosso (AFVV-MT), Heitor Reys

O vice-presidente da Associação dos Familiares Vítimas da Violência de Mato Grosso (AFVV-MT), Heitor Reys, afirmou nesta quarta-feira (18.04) em entrevista ao VG Notícias no Ar que o Brasil é o país que mais mata, e que os governantes estão “fechando os olhos” para o aumento no índice do número de mortes.

Segundo ele, é preciso que os gestores públicos desenvolvam projetos e leis que coíbam a violência, e também que as famílias conversem mais com seus filhos para que eles não cresçam incentivados a praticar crimes devido a mídia e jogos que exploram a exposição de conteúdo violento.

“O Brasil é o país que mais mata. Estamos matando mais que em uma guerra. O governo está fechando os olhos para isso. Precisa-se desenvolver projetos e leis para que isso não mais aconteça”, declarou.

Sobre a violência no trânsito, Heitor destacou o caso do verdureiro Francisco Lucio Maia, 48 anos, que morreu na noite do último sábado (14.04) após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, que segundo a Polícia Civil, estava voltando de uma festa e demostrava estar visivelmente embriagada. "Isso não é acidente, é um homicídio. Quem bebe e pega no volante é como se estivesse andando armado na rua. Isso é homicídio. Tem que se fazer leis mais duras para coibir isso”.

Ele afirmou que em outros países de primeiro mundo somente da pessoa ingerir bebida alcoólica e pegar o volante, ela já é presa sem direito a fiança, e pode até ser condenada. “No Brasil isso não acontece”, destacou ao afirmar que existe um projeto de lei em tramitação no Brasil para que as pessoas que comentam crimes no trânsito peguem até oito anos de cadeia.

Reys disse que vem conversando com delegados e membros da Secretaria de Estado de Segurança Pública cumpram a lei, para tentar diminuir os índices de violência de trânsito.

Segundo ele, existe na “cultura brasileira” de que pessoas com melhor poder aquisitiva (as consideradas ricas) dificilmente são presas. “Essas pessoas, grande parte das vezes, não são presas. Eu sou contra isso. Hoje a pessoa que rouba um pacote de bolacha fica presa, e quem tem dinheiro, e bons advogados, não fica presa. Infelizmente a cadeia não no Brasil só serve para pobre”, disse Heitor.

Referente aos laudos técnicos sobre investigações de crimes de trânsito, Reys apontou que a Politec de Mato Grosso realiza um bom trabalho, mas que o órgão não dispõe de equipamentos adequados para realizar laudos de forma rápida e concisa para elucidar delitos.

Heitor declarou que a corrupção é uma das violências que mais crescem em relação aos números. Conforme ele, as autoridades políticas muitas vezes cometem tal ato porque acreditam na impunidade e que o “cidadão eleitor” é quem mais sofre com isso. “A corrupção é uma violência silenciosa. A corrupção é uma violência que mais atinge a população”, afirmou.

Sobre o cumprimento das penas, ele garantiu que se sente “chateado” quando o Poder Judiciário possibilita penas alternativas que nada acrescenta em prol da sociedade. “Às vezes são aplicadas penas com valores ilusórios como na questão de cesta básica. Eu defendo aplicação de penas alternativas como a pessoa trabalhar voluntária no Pronto-Socorro, unidades que cuidam de idosos, entre outros. Penas que um indivíduo vai realmente contribuir com a sociedade”.

O vice-presidente da AFVV-MT ainda criticou a forma que é realizado treinamento militar no Estado. “Nós temos que defender que o treinamento não seja concedido na forma que você vai para guerra. Tem que ser feito um treinamento intelectual. O militar tem que aprender a defender o ser humano e não a matar”, destacando casos em que militares morreram em treinamento como Rodrigo Patrício Lima Claro morto no final de 2016, que teria sido torturado durante o treinamento do Corpo de Bombeiros.

No final, Heitor Reys deixou contato para que as pessoas que sofreram violência possam entrar em contato com a Associação dos Familiares Vítimas da Violência de Mato Grosso: [email protected] ou (65) 9 9925-6028.

“A Associação não é nem para ajudar e nem para prejudicar. Nós queremos apenas a justiça para as pessoas que sofreram qualquer tipo de violência em Mato Grosso. Vivemos de doações e as pessoas que queiram contribuir conosco também pode nos procurar”, finalizou.

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