O descaso no Pronto-Socorro de Várzea Grande continua. Valéria Gonçalina Curado, 30 anos, moradora do bairro Jardim Paula II, no município, procurou na manhã desse sábado (28.02), a unidade de saúde, com fortes dores abdominais. Ela foi atendida por um médico plantonista, que solicitou alguns exames. Valéria realizou os exames e por orientação do médico, retornou por volta das 16 horas para saber o resultado, pois as dores continuavam fortes.
O médico atendeu a paciente e informou que o caso era grave e teria que interná-la para fazer cirurgia. No entanto, segundo Manoel Leandro de Assunção, esposo da paciente, ela foi colocada em uma maca, no corredor da unidade, onde permanece até o momento (16 horas deste domingo 01.03), apenas recebendo soro e um analgésico, pois os demais medicamentos prescritos pelo médico estão em falta no Pronto-Socorro.
“É um absurdo o que estão fazendo com ela. Minha esposa pode até morrer por falta de cuidados. O médico só vai passar aqui no Pronto-Socorro de madrugada segundo informou a equipe de enfermagem. Tivemos que pedir ajuda ao presidente da Câmara. A situação aqui é lamentável”, desabafou o esposo.
Enfermeiros relataram à reportagem do VG Notícias, que não tem dramim e nem metronidazol, (medicamentos básicos), os pacientes tem que comprar particular. Falta ainda até saco de lixo e a direção está ameaçando suspender a água dos funcionários.
Conforme uma enfermeira que não terá o nome revelado por medo de represálias, o médico só apareceu à tarde no Pronto-Socorro depois da interferência do presidente da Câmara, Jânio Calistro que disponibilizou sua assessoria para acompanhar o caso. "Quem comprou o remédio foi a família da paciente. Pois não tem e já faz tempo. Eles não querem admitir, mas isso aqui está um caos, sem comando", revelou.
Outro lado - O secretário de Saúde do município, Daoud Abdallah, disse que é “mentira” que não havia médicos para atender a paciente - e afirmou que tem três cirurgiões a disposição no Pronto-Socorro e médicos plantonistas.
Quanto aos medicamentos, no primeiro momento que falou com a reportagem do VG Notícias, assegurou que os medicamentos não estavam em falta. Depois, retornou e admitiu que o metronidazol, um dos medicamentos prescritos não tinha mesmo. Ele justificou que houve atraso na entrega, por conta da greve dos caminhoneiros. Outro motivo segundo o secretário, é que a Secretaria de Saúde fez os pedidos dos remédios entre os dias 10 e 21 deste mês - e as empresas demoram 10 dias para entregar.
De acordo com Daoud, o caso de Valéria não requer cirurgia, é uma “pancreatite”, apenas.
“Na sexta-feira fizemos um check list e os medicamentos para atender a necessidade do Pronto-Socorro estavam completos, não tem porque não ser medicada”, justificou.
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