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Cidades Quinta-feira, 02 de Maio de 2013, 10:19 - A | A

Quinta-feira, 02 de Maio de 2013, 10h:19 - A | A

Produtores perdem terras compradas ilegalmente de assentados

Superintendente do Incra disse que áreas estão sendo retomadas.

do G1 MT

 

Produtores rurais que ocupam ilegalmente lotes da reforma agrária na região norte de Mato Grosso foram intimados pela Justiça a devolver as áreas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Centenas de lotes devem ser retomados no assentamento Itanhangá, um dos maiores do estado, após a constatação de que esses lotes foram comprados por fazendeiros da região.

Na área, tem criação de gado e produção de soja. A juíza que determinou a retomada dos lotes alertou para a gravidade da situação. "O que está ocorrendo no assentamento é a reconcentração fundiária", disse a magistrada, em trecho da decisão. A maioria dos lotes retomados pelo Incra estava em poder da família Versari, mas outros produtores rurais também serão processados e intimados a devolver as áreas.

"Tem fazendeiros que estão concentrando 20, 30 e até 40 lotes, conforme denúncia que tem chegado até nós", disse o superintendente regional do Incra, Valdir Barranco. A concentração acontece porque os assentados venderam os lotes para os fazendeiros. O comércio ilegal das terras eram feitos mediante contratos sem validade jurídica.

Os lotes retomados devem ser distribuídos para trabalhados sem-terra cadastrados no Incra. Na primeira fase, 20 agricultores serão beneficiados. Todos, segundo o Incra, serão alertados sobre a ilegalidade da venda dessas áreas. "Comprar ou vender lotes da reforma agrária, definitivamente não é um bom negócio e acima tudo é crime", frisou o superintendente do órgão federal.

A dificuldade enfrentada pelo Incra durante a vistoria deve ser o fato de a Justiça Federal ter reconhecido os documentos de alguns fazendeiros que compraram as terras dos assentados.

Os produtores rurais notificados disseram que vão recorrer da decisão judicial que beneficiou o Incra. Atualmente, em Mato Grosso, seis mil pessoas estão cadastradas no programa nacional de reforma agrária, mas ainda não foram beneficiadas.

 

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