Foi enterrado em Brasília na manhã deste domingo (17.05) o corpo do policial federal Mário de Almeida Mattos, que morreu aos 33 anos depois de ser baleado no tórax durante uma operação que tentava interceptar uma quadrilha que pretendia roubar um avião. A cerimônia aconteceu no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Amigo de infância da vítima, Paulo Eiras se emocionou e classificou o momento como triste.
"É impossível acreditar. Todo mundo está achando que ele vai acordar e vai dizer que é uma pegadinha do malandro, como ele sempre brincava com a gente", declarou ao G1.
O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, Marcel Queiroz Linhares, decretou a prisão preventiva de quatro integrantes da quadrilha. O tiroteio aconteceu na madrugada deste sábado (16.05) em Sinop, (a 503 quilômetros de Cuiabá). A Polícia Federal anunciou recompensa de R$ 2 mil por qualquer informação que leve aos assaltantes.
Em nota divulgada neste domingo (17.05), o Ministério da Justiça se solidariza com familiares e amigos e lamenta a perda do policial federal.
"No exercício de suas atribuições legais, os agentes da Polícia Federal tem contribuindo para combater a criminalidade em todo o país. Em situações como essa, que tanta dor causa aos familiares, a perda de um agente entristece a Polícia e todas as instituições empenhadas na construção de um país mais seguro", diz o texto, assinado pelo ministro José Eduardo Cardozo.
Colega de Mattos no esquadrão antiaéreo da PM, o militar Islen Borges, de 39 anos, publicou uma “carta. "Hoje é um dia muito triste para todos os policiais do Brasil, principalmente para nós que convivemos com esse irmão [Mário]. Trabalhamos durante anos no grupamento aéreo da PMDF e construímos uma amizade eterna. Passou na Polícia Federal e realizou seu sonho", diz o texto.
Segundo Borges, os familiares de Mattos moram em Brasília, onde o policial também conheceu a mulher. "A família é praticamente toda daqui. A esposa é do DF, passou em um concurso no Mato Grosso só para ir morar com ele lá. Agora, eu não sei o que a família vai fazer. É muito triste", diz. O militar conta que esteve com o amigo há poucos meses. "Ele veio a Brasília, tomou cerveja comigo lá em casa. Não tenho palavras, não sei o que falar, é um choque."
Veterano do policial assassinado, Borges diz que ajudou na formação dele e, desde cedo, aprendeu a reconhecer o trabalho do colega. "Sempre foi muito comprometido, gostava de se especializar, fazer cursos e aprimorar o serviço. Era um excelente policial", diz.
O agente da PF também atuou na Polícia Militar do DF, até 2013, quando tomou posse na carreira federal e foi transferido para Mato Grosso.
Amizade - Colega de Mattos no treinamento aéreo em 2005, o tripulante operacional da PM Leonardo Foggia Pereira, de 36 anos, publicou um vídeo com fotos de arquivo da corporação. Segundo ele, a amizade iniciada no curso não diminuiu ao longo dos últimos 10 anos, mesmo com a mudança de corporação.
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