Desde que voltaram a circular pelas ruas de Cuiabá e Várzea Grande – no dia 13 de outubro deste ano – as motolâncias já começam a dar resultados, agilizando os atendimentos solicitados pelo 192, do Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (Samu). Funcionando em dias alternados, o Grupo Motolância Atendimento de Urgência (GMAU) realizou 23 atendimentos em cinco dias. Atualmente, são três motolâncias, sendo duas na ativa e uma de reserva.
Dos 23 atendimentos, a maioria foi de emergências clínicas, com 12 casos (52%); seguido de acidentes motociclísticos, com seis casos (26%); quedas de nível, quatro registros (17%); e dois atropelamentos (5%). O diretor do Samu, coronel do Corpo de Bombeiros Vicente Manoel de Deus Neto, explicou que o tempo de resposta com a motolância em horários de pico do trânsito tem sido essencial no atendimento das vítimas. "Reduzindo o tempo de resposta nós estaremos privilegiando a 'hora ouro', que é a hora que o paciente ou a vítima tem que estar em uma unidade hospitalar, e também o 'minuto diamante', que são aqueles cinco ou seis minutos após o acidente, para que a pessoa já receba o atendimento".
Atualmente as motolâncias funcionam durante a semana, das 7h às 19h, em dias alternados, conforme a escala de serviço da equipe. "Estamos trabalhando para aumentar o número de motocicletas para seis e, com isso, a nossa equipe. A partir disso, poderemos atender diariamente", esclareceu Vicente.
As motocicletas são pilotadas por enfermeiros e técnicos de enfermagem habilitados para pilotar as motolâncias. Eles carregam equipamentos com desfibrilador automático, medicações e materiais de imobilização para prestar os primeiros socorros aos pacientes.
Para os motociclistas Valdemir Miranda dos Santos e Jair Paixão, responsáveis por pilotar as motolâncias, a resposta da sociedade frente ao serviço retomado tem sido positiva. "A nossa principal preocupação é a redução do tempo de resposta no atendimento dos nossos pacientes, mas sentir a aceitação da população é muito importante. Eles ficam gratos pelo atendimento rápido e ficam surpresos com a melhoria no atendimento do SAMU", ressaltou Valdemir.
Ao ser questionado sobre algum caso em que ele sentiu que foi essencial a chegada rápida do atendimento do SAMU pelas motolâncias, Valdemir contou o caso de um idoso que estava engasgado com um pedaço de pão. O tempo de deslocamento das motolâncias, da base até a residência do paciente, foi de aproximadamente seis minutos. "Chegamos lá e conseguimos desobstruir as vias respiratórias do idoso e aplicamos os primeiros cuidados até a chegada da ambulância. Creio que se não tivéssemos chegado rápido as consequências poderiam ser até fatais".
Jair, que assim como Valdemir trabalha na motolância desde que o programa foi implantado, em 2012, e permaneceu com a retomada do projeto, conta que a população fica admirada com o serviço prestado. Ele também contou uma situação vivenciada por eles em um atendimento no qual o tempo rápido de chegada foi essencial para a sobrevida do paciente.
"Fomos acionados para atender uma emergência clínica, um mal súbito. Chegamos no local e começamos os atendimentos ao paciente quando este teve uma parada cardíaca na nossa frente. Fizemos todo o procedimento e conseguimos reanimá-lo e mantê-lo até a chegada da ambulância, que o encaminhou para a unidade de saúde. Talvez se não existissem as motolâncias quando a ambulância chegasse ele já estaria 'parado' e as chances poderiam ser menores".
Segundo Jair, trabalhar no SAMU com as motolâncias, especificamente, é muito gratificante. "É maravilhoso sentir a gratidão que nós recebemos das pessoas. Algumas querem nos dar presentes, perguntam o que podem nos dar para agradecer pelo que fazemos. Eu só peço que elas nos incluam em suas orações. Que orem por nós".
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