Os professores da rede municipal de Educação de Várzea Grande continuam em greve e mais “revoltados” com as atitudes “obscuras” do Poder Executivo municipal em querer encerrar a paralisação, sem negociar com a categoria.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Várzea Grande (Sintep/VG), Gilmar Soares, a categoria ainda não foi intimada pela Justiça, quanto à decretação da ilegalidade do movimento, e por isso a greve continua.
Gilmar contestou a decisão da desembargadora Maria Helena Povos, que na última terça-feira (18.02) decretou a greve ilegal, sem ao menos, segundo ele, ouvir a categoria. “Eles notificaram sobre a decisão o presidente do Sintep/Cuiabá, João Custodio, e não a subsede de Várzea Grande. O fato é pitoresco, chega ser trágico se não fosse cômico. Essa é a Justiça que na hora de dar uma decisão não escuta os motivos da parte denunciada, e na hora de notificar, notifica qualquer um”, criticou Gilmar.
O presidente adiantou que a categoria irá recorrer da decisão, assim que for notificada oficialmente. “Somente com a notificação é que uma nova assembleia será convocada para avaliar a situação. Mas esclarecemos que a ilegalidade de uma greve jamais foi motivo para sua suspensão imediata. Nesse momento a greve continua e as mobilizações, também” enfatizou.
Reunião secreta – Conforme Gilmar, no fim da tarde desta quarta-feira (19), o secretário municipal de Educação, Jonas Sebastião, convocou uma reunião somente com os diretores das escolas municipais (sem presença de professores e do Sintep/VG) para tratar sobre a greve. “Isso mostra que o prefeito Walace e o secretário Jonas, não querem negociar com a categoria a fim de resolver o problema”, disse Gilmar.
Uma diretora - que não quis se identificar -, e participou da reunião, afirmou que Jonas Sebastião comunicou aos diretores que ainda ontem, ofereceria um aumento salarial de 8,32 % para os professores para “calar a boca do movimento grevista, e voltar à sala de aula”. No entanto, segundo ela, o secretário não falou da reestruturação do Plano de Cargo, Carreira e Salários (PCCS) da categoria.
“Ele disse que com o reajuste a greve se encerraria. Mas ele não disse quando esse aumento seria dado. Hoje eu estou como diretora, mas sou professora por profissão, me preocupo com o salário da categoria e essa atitude do secretário é inaceitável. Dizer que concederia esse reajuste, obrigando os diretores a iniciar o ano letivo, isso não concordo e vou continuar com a luta”, declarou a diretora.
Segundo ela, alguns diretores se mostraram satisfeito com o reajuste e estariam disposto iniciar o ano letivo de 2014, caso a proposta fosse realmente repassada à categoria.
Porém, o Sintep/VG afirma que nenhuma proposta foi formulada pelo secretário, e mesmo que oferecesse não aceitariam. “Mesmo que ele nos oferecesse não aceitaríamos. A decisão tem que ser em consenso. Iríamos discutir a proposta com a classe. Queremos o piso salarial atual e não um simples aumento em relação ao piso ainda de 2012”, declarou o presidente do Sintep/VG.
Conforme o Sintep/VG, desde 2012 não é realizado um reajuste do piso salarial aos profissionais, o piso é de R$ 906,00 sendo que este ano o Ministério da Educação (MEC) concedeu um reajuste de 8,32%, no piso da categoria passando de R$ 1.567,00 em 2013 para R$ 1.697,00 em 2014.
Caso a categoria aceitasse o aumento oferecido por Jonas de 8,32% em relação ao piso de 2012, os professores passariam dos atuais R$ 906,00 para R$ 981,37, ou seja, um aumento de apenas R$ 75,37 no piso, sendo que o MEC concedeu de 2013 para 2014, um reajuste de R$ 130,00 para a categoria em nível nacional.
Protesto – Na manhã desta quinta-feira (20.01), os profissionais da Educação, realizaram um protesto em frente da Câmara Municipal, em mais ato para cobrar do prefeito Walace Guimarães (PMDB), aprovação da reestruturação do Plano de Cargo, Carreira e Salários da categoria e o reajuste do piso salarial.
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