Em depoimento nesta tarde ao juiz Marcos Faleiros da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, o cabo da Polícia Militar Gerson Corrêa afirma que protegeu os coronéis Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa, mas que todos estão envolvidos no esquema de escutas telefônicas ilegais.
De acordo com ele a ideia de implantar um sistema de escuta foi do coronel Zaqueu. Segundo ele, em 2014 Zaqueu o convocou no Comando Geral e sugeriu implantar um sistema de escuta na Polícia Militar.
Na época, cabo Gerson diz que não sabia que se tratava de um processo clandestino e sua ficha só caiu após conversar pessoalmente com o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, em um encontro.
“Ficou muito claro que era clandestino após o encontro com Paulo Taques no restaurante reserva” conta.
Ele detalha que naquele dia foi determinado como funcionaria dos grampos e a montagem do esquema. Também afirma que pegou as placas deste sistema com coronel Zaqueu e disse para o coronel Lesco que precisava de apoio, foi quando conseguiu suporte de outros militares.
O primeiro relatório foi feito em setembro de 2014 exclusivo com números de policiais e traficantes. Já no pleito eleitoral, vésperas das eleições, foram sugeridos novos números, desta vez, de políticos e advogados, como é o caso de: José Antônio Rosa advogado da campanha de Janete Riva, José Patrocínio advogado de Lúdio Cabral, além de Tatiane Sangalli, Vinicius Hugney entre outros.
Conforme Gerson, alguns dos números seguiram após as eleições sendo monitorados. Ao todo ele conta que foram 130 terminais grampeados entre policiais e alvos políticos. Em janeiro de 2015 houve a inclusão de alvos importantes, como exemplo o assessor do ex-vice governador Carlos Fávaro e a inclusão de alguns médicos para apurar um suposto esquema no hospital de Alta Floresta.
O cabo comenta em depoimento que destruiu quase todos os áudios que gravou durante os grampos. Os únicos áudios, segundo ele, que não jogou fora foram os que foram entregues ao Paulo Taques. “Os números, o interesse maior no que tange à parte política era do senhor Pedro Taques. Com ressalva o número da senhora Janaína Gayva, que era interesse do Gaeco” diz.
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