Poucos dias antes do encerramento da quarta edição da Caravana da Transformação, que acontece em Jaciara desde o dia 24 de janeiro, o Governo do Estado comemora a marca de 10 mil cirurgias oftalmológicas realizadas desde a primeira edição do programa, que ocorreu em julho de 2016.
De lá para cá, quatro cidades foram sede do “Estado sobre rodas”: Barra do Bugres, Peixoto de Azevedo, Canarana e Jaciara. A cada edição, municípios do entorno também recebem atendimento, totalizando assim 123 atendidos, dentre as 141 cidades existentes em Mato Grosso.
“Hoje comemoramos o fato de que todos estes mato-grossenses voltaram a enxergar e de que o Governo do Estado segue firme no propósito de descentralizar suas ações, chegando até o cidadão que está lá na ponta. Esse é o compromisso do governador Pedro Taques: não deixar nenhum mato-grossense para trás”, comemorou o coordenador-geral da Caravana da Transformação, secretário de Estado do Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira.
Até quarta-feira (01.02), 2.773 cirurgias foram realizadas na quarta edição, sendo 2.437 de catarata, 204 pterígio e 132 de yag laser. Em consultas foram realizados 7.437 atendimentos, além dos pós-operatórios, que chegaram a 2.100 realizados. Ao todo, a Caravana da Transformação ofereceu 41.097 procedimentos em oftalmologia.
Histórias da Caravana - Se tem uma coisa que Hamilton de Oliveira Brandão entende é de transformação. Carioca, 55 anos, ex-jogador do Flamengo e atual professor de futebol da Escolinha do Valdívia, em Jaciara, Hamilton está entre as 10 mil pessoas passaram pela caravana para realizar cirurgia e surpreendeu a todos que pararam para ouvir sua história.
Com a operação da catarata no olho esquerdo, passou a enxergar mais, mas lembra a todos que essa não foi a primeira vez que passou a ver melhor a vida. Hamilton costuma dizer que foi “do céu ao inferno”, de uma vida de dinheiro e fama ao mundo à escuridão das drogas.
Jogador de futebol no auge dos seus 20 anos, o carioca realizou um de seus maiores desejos: jogar pelo Flamengo. Entrou para a base do time e teve a oportunidade de ir a campo no dia 25 de outubro de 1981 contra o Campo Grande (RJ): 2x1 para o Mengão.
Foi um ano de ouro para os flamenguistas. Com Zico, o time rubro-negro foi campeão do mundo em 13 de dezembro, em Tóquio (Japão). Hamilton não estava lá, mas viveu toda aquela emoção profundamente. Era uma época de ouro para ele também, pois não faltava dinheiro nem diversão.
Passou por tantos outros times, sempre acompanhado pelo álcool e drogas ilícitas, como a cocaína, e deixou o Rio de Janeiro para jogar em times do interior do Brasil. “Passei pelo Atlético Goianiense e aqui em Mato Grosso pelo Grêmio de Jaciara e pelo União, mas já não conseguia mais por conta da bebida. Não parava em lugar nenhum. Esse pesadelo foi até os 32 anos, quando estava no fundo do poço”.
E do fundo do poço ele saiu. Fé, crença, força de vontade, foco, cada um pode interpretar de uma maneira a vida de Hamilton, mas ele atribui seu “retorno à vida” à Jesus Cristo. Encontrou uma religião na qual se sentiu abraçado e desde então vem reconstruindo sua vida.
Voltou a estudar, formou-se em educação física e hoje faz o que mais gosta: dá aula de futebol a meninos que têm o mesmo sonho que ele tinha quando jovem. Além de treinar, compartilha com os alunos suas experiências, erros e acertos, para quem façam boas escolhas.
As mudanças não pararam por aí, casou-se em 2016 e começou 2017 na Caravana da Transformação. Agora se prepara para voltar a campo enxergando o jogo da vida melhor do que antes.
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