O Governo de Mato Grosso formalizou nesta sexta-feira (12.07) mais um fechamento de Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEJA. Desta vez, foi o CEJA Alternativo, localizado em Juína (a 737 km de Cuiabá), extinto por ato publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial. Em Várzea Grande, foi extinto o CEJA do Licínio Monteiro, e estudantes ficaram sem dar continuidade aos estudos.
Em entrevista ao , a suplente do Conselho Estadual de Educação, Maria Aparecida Cortez, afirmou que o Governo não fez a realocação dos estudantes. Segundo ela, a atual educação de jovens e adultos (EJA), antiga CEJA, não deu continuidade no atendimento aos alunos de unidades extintas. Como exemplo, Cortez citou que 2100 mil alunos da Escola Licínio Monteiro da Silva em Várzea Grande (escola especializada no atendimento da EJA) seguem sem atendimento.
“Quando fechou o Licínio Monteiro com mais de 2100 mil matrículas, que atendia a Educação de jovens e adultos, questionamos o fechamento do Centro de Educação de Jovens e Adultos e até agora sem nenhuma resposta. Dessas, mais de 2 mil estudantes estão sem terminar os estudos e não tem continuidade”, denunciou.
Os alunos de Várzea Grande também enfrentam dificuldades para terem acesso à documentação do Centro de Educação de Jovens e Adultos. Uma das estudantes alega que procurou a Diretoria Regional de Educação (DRE), mas não conseguiu pegar o atestado escolar. “Liga para um não sabe, liga para outro não sabe”, reclamou um estudante em áudio recebido pela reportagem.
O membro do Conselho de Educação, Dirceu Blanski, afirmou ao , que o Governo do Estado não dialoga sobre as extinções das escolas. Segundo ele, o Governo toma as decisões de forma unilateral.
“Temos feito a manifestação que o Estado precisa atender essa demanda. E o Estado não dialoga com essa decisão com o Conselho Estadual de Educação. Então assim, o Conselho estadual apenas recebe a notícia, não temos o papel decisivo na política da não oferta do EJA ou do fechamento das escolas”, afirmou Dirceu Blanski.
Entre as unidades extintas por decreto do Governo do Estado, constam a Escola Estadual “Tarley Rossi Vilela”, localizada no município de Novo Mundo, a Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA “José Dias”, localizada no município de Juara e o CEJA Ariosto da Riva, localizada no Alta Floresta.
Escolas fechadas
Em nota, a assessoria da Seduc informou que o processo antigo foi concluído e afirmou, sem apresentar dados, que o número de estudantes aumenta a cada ano. A assessoria não informou para onde os estudantes do CEJA Alternativo serão realocados.
“Quem estava na CEJA agora está na EJA. Também não se extingue escolas. Ou determinada unidade é reordenada para outra unidade próxima ou é redimensionada para o município e, por isso, deixa de existir juridicamente por parte de um dos entes federados.”
A assessoria informou ainda, que quando há duas escolas de educação de jovens e adultos, com baixa capacidade na mesma região, elas são unificadas e neste caso, a Seduc reconhece que escolas são fechadas.
"Não há escolas de EJA . Há salas de EJA que podem ser criadas em qualquer escola de acordo com a demanda. Se há duas escolas num mesmo bairro ou região com turmas de EJA com baixa capacidade cada uma, é natural que sejam unificadas e uma delas seja fechada. Para o professor ser designado para uma sala de EJA é preciso ter um número certo de alunos”, informou a assessoria.
Sobre os estudantes da antiga escola Licínio Monteiro, a assessoria informou que na época, os alunos da EJA foram para a Pedro Gardés e Adalgisa de Barros. "A EJA é curso semestral e rápido. As turmas da Adalgisa já se formaram, por exemplo, e não houve mais demanda."
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