A empresária do agronegócio, Carolina Scheffer, polemizou ao aparecer fantasiada de "blackface" em uma festa de aniversário no Grupo Bom Futuro, em Cuiabá, realizada no último sábado (20.08). A fantasia de Carolina Scheffer está repercutindo negativamente nas redes sociais.
A empresária, que é de pele branca, pintou o corpo e o rosto com tinta preta, se vestiu com um vestido de bolinha, peruca de cabelo crespo e batom vermelho, característica representada por uma personagem que surgiu no carnaval brasileiro, um estereótipo racista da mulher negra - a "nega maluca".
O ato de pessoas brancas pintarem o rosto e corpo com tinta preta é conhecido como "blackface", prática teatral de atores que se coloriam com o carvão de cortiça para representar personagens afro-americanos de forma exagerada.
Em sua página do Instagram, nessa segunda (22), o coordenador de Juventude da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Refrano) em Mato Grosso, Vinicius Brasilino, classificou a prática da empresária como abominável.
Segundo Vinicius, “Blackface” não é sobre fantasia, é sobre o racismo que violenta nossos corpos e zomba a nossa história.
“Essa é Carolina Scheffer que se achou no direito de se pintar de preta enquanto o feminicídio mata majoritariamente as mulheres negras. Tem que ser denunciado. Se quiser fantasiar se fantasie de qualquer coisa, mas não se pinte de preto. Racistas não passarão!”, disse ele.
A reportagem do tentou entrar em contato com Carolina por mensagens em redes sociais, no entanto, não obteve resposta.
Atualizada às 09h51 - Em nota à imprensa na manhã desta sexta (26), Carolina disse que não tinha a dimensão do significado da fantasia, e agora compreende ser ofensiva, mesmo sem qualquer intenção de gerar esse sentimento.
A empresária se comprometeu em estudar o tema com devida atenção e continuar buscando novos conhecimentos sobre um assunto tão relevante ao país.
Na íntegra:
“Lamento pelo uso de uma fantasia durante uma festa em Cuiabá. Não tinha a dimensão do seu significado, e agora compreendo ser ofensiva, mesmo sem qualquer intenção de gerar esse sentimento. Estou sensibilizada com a repercussão, e comprometo-me a estudar sobre o tema com a devida atenção e continuar buscando novos conhecimentos sobre um assunto tão relevante ao país.
Carolina Scheffer”.
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