A fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) e pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde de Mato Grosso (Sisma-MT) no Hospital Regional de Sorriso (a 420 km de Cuiabá), concluiu com um pedido de intervenção na unidade de saúde. O relatório conjunto destacou as "péssimas condições de trabalho" e a "falta de profissionais de enfermagem".
Segundo o relatório da fiscalização conjunta realizada em abril deste ano, a desproporção entre o número de funcionários de enfermagem e de pacientes é um fator de risco que pode resultar em erros de medicação, diminuição dos cuidados individualizados, aumento da ocorrência de lesões por pressão devido à falta de tempo para realizar mudanças de decúbito, além de poder aumentar a incidência de infecções hospitalares.
O relatório foi entregue aos órgãos de controle, como o Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para análise e providências necessárias.
A presidente do Coren-MT, Lígia Arfeli, ressaltou que a situação se arrasta há vários anos, prejudicando o atendimento aos pacientes. Ela fez um alerta aos órgãos de controle para que tomem providências antes que ocorra uma tragédia.
Segundo o Coren-MT, mesmo após notificações, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não respondeu nem apresentou soluções para os problemas. Também foi destacada a necessidade de "medidas de extrema urgência para regularização e revisão geral de toda a estrutura predial".
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Além disso, o Coren-MT apontou que a falta de profissionais de enfermagem é uma questão notificada desde 2019. Em fevereiro de 2022, por exemplo, a unidade foi notificada para contratar 73 enfermeiros e 238 técnicos de enfermagem, a fim de suprir a necessidade mínima para uma assistência adequada e segura aos pacientes.
Outro lado - A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informou por meio de nota, que em janeiro deste ano foi realizado um Processo Seletivo para a contratação de profissionais para atuarem no Hospital Regional de Sorriso. Também está em andamento um processo seletivo simplificado para formação de cadastro reserva para os oito hospitais geridos pelo Estado.
Quanto à questão da estrutura do Hospital, a SES esclarece que o local passa por constante modernização, sendo que já foram investidos R$ 12,3 milhões em obras na unidade de saúde. Foi concluída a reforma do Pronto Atendimento, da cozinha, do refeitório, da UTI adulto, da nova recepção, do bloco administrativo, da sala de tomografia, do laboratório, além da reestruturação de 32 leitos de enfermaria. Já foram iniciadas as obras de readequação da UTI neonatal e do banco de leite. A previsão é de que a obra avance para a ala dos consultórios de atendimentos ambulatoriais na próxima semana.
A continuidade da obra não interfere nos serviços ofertados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que continuam sendo atendidos no local e, sempre que necessário, podem ser realocados dentro da própria unidade hospitalar.
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