Os servidores do Laboratório Central de Cuiabá (Lacec), entre bioquímicos, biomédicos e técnicos de laboratório, foram pegos de surpresa na última terça-feira (30.05), com um comunicado de remanejamento para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Policlínicas da Capital.
Segundo eles, a decisão teria partido do Gabinete de Intervenção Estadual na Saúde de Cuiabá, e segundo informou um servidor ao , que não quis se identificar por medo de represália, faltou transparência por parte da interventora Danielle Carmona.
“Não fomos comunicados com antecedência sobre o remanejamento. Não sabemos se vão fechar o Lacec, e se vão, faltou transparência da interventora, e do Gabinete de Intervenção, pois o comunicado deveria ser publicado no Diário Oficial do Estado. Mais uma ação orquestrada da intervenção”.
O conversou na manhã desta quinta-feira (1º.06), com o deputado Lúdio Cabral (PT), no qual confirmou que recebeu essa informação por meio de ligação de um servidor que trabalha há anos no Lacec, e disse que eles estão assustados com a notícia que receberam na terça (30) sobre a intervenção remanejar cerca de 40 servidores para outras unidades de saúde.
De acordo com o parlamentar, o Lacec vem sofrendo um processo progressivo de sucateamento ao longo dos últimos anos, mas, ainda assim, segundo ele, é o laboratório que tem a responsabilidade de realizar todos os tipos de exames de natureza laboratorial.
Lúdio explicou que o Lacec é laboratório credenciado para exames específicos da saúde pública como - exame de hanseníase e tuberculose. Segundo ele, a decisão da intervenção de remanejamento dos servidores significa o fechamento do Lacec, e ainda a transferência de uma parte da responsabilidade para laboratórios privados.
“E aquilo que é especial na saúde pública, que é fazer o diagnóstico de hanseníase, de tuberculose, isso fica perdido porque a rede privada não tem a expertise que o laboratório público tem para esse tipo de exame”, avaliou Cabral.
Para o petista, o fechamento do Lacec ainda acarreta outro problema, remanejar os servidores para UPAs e Policlínicas que também têm problemas estruturais, e que mal conseguem coletar exames.
O deputado mais uma vez criticou a decisão da intervenção, e questionou qual seria a finalidade de pegar um bioquímico, um biomédico, um técnico de laboratório e lotar na UPA.
Lúdio enfatizou que nessa quarta-feira (31), encaminhou um requerimento cobrando esclarecimentos da interventora Danielle Carmona sobre essa decisão.
O esteve in loco no prédio da Lacec, e segundo servidores (diretora e coordenadora), o laboratório continua em funcionamento e o que aconteceu foi que diminuíram o quadro de servidores em 70%, pois após a intervenção, eles foram remanejados para Upas e Policlínicas.
No local, conforme o apurou, não estão sendo feitos exames laboratoriais.
Outro Lado – A reportagem do entrou em contato com a assessoria do Gabinete de Intervenção, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
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