O Governo de São Paulo aplicou a primeira dose da CoronaVac na tarde deste domingo (17.01), após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina contra a Covid-19.
A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, foi a primeira pessoa, fora dos estudos clínicos, a receber a vacina.
Mulher, negra, Mônica faz parte do grupo de risco para a doença, e atua na linha de frente contra Covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ela foi voluntária da terceira fase dos testes clínicos da CoronaVac realizados no país e tinha recebido placebo.
Após ser imunizada, ela recebeu do governador João Doria (PSDB) um selo simbólico com os dizeres “Estou vacinado pelo Butantan” e uma pulseira com a frase “Eu me vacinei”.
A aplicação foi feita no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e acompanhada pelo governador João Doria (PSDB).
A enfermeira Jéssica Pires de Camargo, de 30 anos, funcionária do Controle de Doenças e Mestre de Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo, foi responsável por aplicar a dose.
Vacinação em SP - Logo após acompanhar a aplicação da primeira dose da CoronaVac, o governador de São Paulo disse, em coletiva de imprensa no Hospital das Clínicas, que a vacinação contra a Covid-19 no estado começa neste domingo (17) em hospitais de referência e nas populações indígenas. Entretanto, o Governo paulista não detalhou quantas pessoas serão vacinadas.
Doria destacou que a partir desta segunda (18), "entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas”, para a vacinação de profissionais de saúde em seis hospitais de referência: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).
Em seguida, as vacinas e insumos serão enviados para as prefeituras do estado, "com recomendação de prioridade aos profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia".
O governador também afirmou que determinou o envio das doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. "Quero dizer que autorizamos há 35 minutos a imediata distribuição da vacina do Butantan para todos os estados brasileiros através do Ministério da Saúde. Após a aprovação pela Anvisa, determinamos que o Instituto Butantan inicie imediatamente a distribuição da vacina ao Ministério da Saúde, os caminhões com as primeiras doses serão carregados rapidamente e ainda hoje serão encaminhados para o depósito do Ministério da Saúde, no Aeroporto de Guarulhos", afirmou João Doria.
Ainda, durante a coletiva, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que das 6 milhões de doses, 4.636.936 serão enviadas para o Governo Federal. As outras 1.357.640 serão distribuídas pelo Estado de SP.
O segundo a ser vacinado foi o enfermeiro Wilson Paes de Pádua, 57 anos, do Hospital Vila Penteado, na Zona Norte. “Estou muito feliz, acho que nós temos que lutar pela vacina, lutar pela ciência, para melhorar a saúde e sair dessa pandemia. Me sinto muito orgulhoso e feliz desse momento”.
Ele contou que perdeu colegas e foi infectado pela Covid-19 em junho, enquanto atuava na linha de frente da pandemia. “Pensei que ia morrer, tinha momentos que rezei para Deus pensando que estava partindo”.
No evento, foi vacinada a primeira indígena do país. Vanusa Kaimbé, 50 anos, é técnica de enfermagem e assistente social, presidente do conselho dos indígenas kaimbe do Estado de São Paulo. Ela vive na "aldeia Kaimbé filhos da terra", em Guarulhos.
“Eu vim aqui hoje representar a população indígena e falar a importância da vacina. A vacina salva vidas. Fui a primeira indígena a ser vacinada e recomendo para todos os meus parentes”.
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