por Edina Araújo*
Alguém tem dúvida de que, se o mesmo episódio que aconteceu com o ex-deputado Roberto Jefferson, no último domingo (23) - atirar com fuzil e jogar granadas contra policiais federais, no cumprimento de uma ordem judicial - acontecesse em qualquer comunidade do país, ou com preto ou pobre, o cidadão sairia vivo? Com certeza não! Qualquer “projeto de bandido” ou “bandidinho” que mostra arma para a polícia, ela atira e diz que “revidou a injusta agressão”. E não tem nenhum privilégio, não tem a proteção do presidente da República, que é o grande incentivador do cidadão de “bem” ter arma em casa.
Não vai ter o privilégio da presença do ministro da Justiça para ter garantias e nem policiais falando manso, e muito menos dando a chance de contar o que houve. Somente depois que a polícia revidar a “injusta agressão”, e a família ainda vai ouvir muitas vezes que “bandido bom é bandido morto” “mais um CPF cancelado”.
Que país é este, em que a Constituição Federal diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, trabalho, credo, religiosos e convicções políticas”? Não foi o que os brasileiros e o mundo presenciaram no domingo.
Um país no qual o chefe maior da nação incentiva o uso de arma para “cidadãos de bem” desmedidamente e sem nenhum critério. O “cidadão de bem” com um arsenal de armas, munições e granadas em casa? Como será que este “cidadão de bem” conseguiu comprar? Este questionamento a sociedade de “bem” precisa refletir.
Somente na operação de domingo, duas pessoas poderiam ter perdido a vida no exercício da profissão. Este episódio, em especial, é um sinal de que estamos no caminho errado armando as pessoas. Contudo, a hipocrisia está deixando as pessoas míopes e manipuladas pelo chavão para conquistar votos: Deus, pátria, família e agora “armas”!
Deus não ensinou seus filhos a se armarem contra o próximo. Ele não pregou o ódio, a mentira, a discriminação, a homofobia, a misoginia. Deus é amor, é bondade é misericórdia e tolerância! Pense nisso, se quiser um Brasil melhor, onde se possa viver em paz!
*Edina Araújo é jornalista e diretora do VG Notícias
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