O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), admitiu falhas no sistema estadual de fiscalização ao ser questionado pela equipe de reportagem do 
, durante um evento nesta quinta-feira (09.05), para anunciar um plano de ação destinado ao combate ao desmatamento ilegal. Essa iniciativa ocorre após a revelação de um caso de desmatamento químico — técnica empregada durante a guerra do Vietnã — que afetou mais de 80 mil hectares na região do Pantanal. O responsável pelo ato, o fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, empregou uma técnica que inicialmente não foi detectada pelo sistema de monitoramento.
Mendes explicou que o sistema de detecção de desmatamento do Estado, um dos mais sofisticados do Brasil, não identificou a tempo o método empregado por Claudecy.
"Mato Grosso de hoje é a melhor técnica no Brasil para detectar desmatamento ilegal. Ninguém tem as imagens e os sistemas que nós temos. Entretanto, nosso sistema não estava preparado para perceber em tempo real esse tipo de desmatamento. Ao contrário dos métodos tradicionais, como o corte raso e o uso de correntões, o fazendeiro aplicou produtos químicos que eliminam as árvores gradualmente. Depois, ele semeou pasto por via aérea, convertendo a área em pastagem de forma quase imperceptível aos nossos sistemas de vigilância", declarou o governador.
O fazendeiro aplicou produtos químicos que eliminam as árvores gradualmente. Depois, ele semeou pasto por via aérea, convertendo a área em pastagem de forma quase imperceptível aos nossos sistemas de vigilância
Embora o desmatamento inicial tenha passado despercebido, o sistema de fiscalização detectou a irregularidade após a cobertura de um veículo de imprensa nacional. O governador informou que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) já havia autuado a propriedade, apreendido o avião e o trator utilizados na operação e adotado as medidas legais cabíveis.
O governador também anunciou a contratação de uma atualização para o sistema de fiscalização, prevista para ser implementada em dois meses, que promete ser mais eficaz na detecção de técnicas de desmatamento não convencionais.
Apesar das ações tomadas, Mauro Mendes não detalhou os motivos pelos quais a Secretaria de Estado de Meio Ambiente perdoou multas no valor de R$ 29 milhões aplicadas ao fazendeiro.
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