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Polícia Quarta-feira, 28 de Maio de 2014, 11:30 - A | A

Quarta-feira, 28 de Maio de 2014, 11h:30 - A | A

Operação Ararath

Delação premiada "livra" Júnior Mendonça de ação penal; MPF não denuncia delator

“O MPF, convencido da efetividade e eficiência da colaboração deixa de denunciar Gércio Marcelino Mendonça Júnior”, diz trecho da denúncia contra Éder Moraes, a mulher dele, Laura Dias, Vivaldo Lopes, e Luis Carlos Cuzziol.

Redação VG Notícias com G1/MT

O empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, pivô da operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal durante a investigação de esquema de empréstimos fraudulentos em instituições financeiras clandestinas que beneficiava políticos e empresários de Mato Grosso, não foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), beneficiado pela delação premiada.

O empresário foi ouvido pelo MPF e pela PF, acompanhado de três advogados, entre os dias 24 de fevereiro e 5 de março deste ano. No total, foram feitos sete termos de declarações. Conforme o Ministério Público Federal, Júnior Mendonça narrou o esquema da organização criminosa, confessou que cometeu crimes, delatou os atos ilícitos cometidos por outros membros da organização criminosa, entregou documentos de “materialidade delitiva” e se colocou à disposição para entregar novos documentos.

A delação de Júnior Mendonça possibilitou a identificação dos demais coautores e integrantes da organização criminosa e infrações penais praticadas por eles, e a revelação da hierarquia e divisão de tarefas do grupo criminoso. Também foi possível recuperar parcialmente o produto ou proveito das infrações penais praticadas pelo bando.

Segundo o MPF, Mendonça não pode ser considerado líder da organização criminosa. Júnior Mendonça atuou como colaborador premiado durante as investigações, que deram origem à operação 'Ararath', da PF.

“O MPF, convencido da efetividade e eficiência da colaboração deixa de denunciar  Gércio Marcelino Mendonça Júnior”, diz trecho da denúncia contra Éder Moraes, a mulher dele, Laura Dias, Vivaldo Lopes, e Luis Carlos Cuzziol.

O esquema - Conforme a PF e o MPF, Éder Moraes seria o principal articulador do esquema de empréstimos fraudulentos que beneficiaria ele, o senador Blairo Maggi e o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa. Parte dos empréstimos ocorria por meio das contas da empresa Comercial Amazônia de Petróleo Ltda (Amazônia Petróleo), de Júnior Mendonça, no Bic Banco (Banco Industrial e Comercial S/A). Esse banco, do qual Moraes chegou a ser superintendente no estado, e outras duas instituições bancárias 'sustentavam' o esquema.

Nas seis contas da Amazônia Petróleo no Bic Banco foram movimentados cerca de R$ 65 milhões, entre créditos e débitos. Júnior Mendonça disse à polícia que os empréstimos ocorriam a pedido de Éder Moraes. O empresário alega que foi ainda a mando do ex-secretário que ele transferiu R$ 45,5 mil para a conta da empresa de Laura Dias, mulher de Éder Moraes, em 24 de junho de 2009.

Conforme depoimento de Júnior Mendonça, o esquema começou em 2008, com um empréstimo feito ao então vice-governador do estado, Silval Barbosa, no valor de R$ 4 milhões. A garantia dessa transação era uma nota promissória com esse mesmo valor, onde constavam como emitente e avalista o próprio Silval Barbosa e Éder Moraes.

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