por Edina Araújo*
Nos últimos anos, houve um aumento notável no número de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que suscita preocupações sobre a capacidade das escolas de fornecer o suporte necessário para atender às demandas educacionais desses alunos. A dificuldade em oferecer um atendimento adequado às necessidades específicas das crianças autistas representa um desafio significativo, que exige soluções imediatas e eficazes.
Em entrevista recente ao 
, Lúcia Korbes Drechsler e Sandra da Conceição Donato Ferreira, secretárias de educação dos municípios de Sorriso e Sinop, respectivamente, relataram um aumento preocupante no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em seus municípios, situados a 480 e 395 km de Cuiabá. Ambas enfatizaram a urgência por mais recursos, devido à insuficiência de apoio financeiro governamental para o cuidado adequado dessas crianças.
De acordo com um relatório publicado em março de 2023 pelo Centro Nacional de Defeitos Congênitos e Deficiências de Desenvolvimento (CDC), observa-se que 1 em cada 36 crianças de 8 anos é diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando um aumento de 22% em comparação com os dados anteriores de 2021, que indicavam 1 em cada 44 crianças. Embora parte desse aumento possa ser explicada por avanços no diagnóstico e na compreensão do TEA, o crescimento na prevalência dessa condição é incontestável. Como resultado, tem-se observado um aumento no número de crianças autistas matriculadas em escolas, apresentando desafios inéditos para o sistema educacional.
Infelizmente, diversas escolas se deparam com desafios significativos ao tentar oferecer o apoio necessário às crianças autistas, enfrentando a escassez de recursos, a formação insuficiente dos professores e uma compreensão restrita das necessidades específicas desses alunos. A falta de programas educacionais especializados e de estratégias de ensino adaptáveis intensifica a ineficácia do ambiente escolar para atender a esses estudantes.
Embora os desafios sejam consideráveis, existem estratégias passíveis de implementação para melhorar a educação e a inclusão de crianças autistas no ambiente escolar: Como capacitação de educadores, com foco em estratégias de ensino específicas para crianças autistas, reconhecimento das necessidades individuais de cada aluno e técnicas eficazes de gestão comportamental.
Cada criança autista possui singularidades que requerem abordagens personalizadas, incluindo adaptações curriculares, suporte à comunicação e estratégias de manejo comportamental. As escolas devem promover a aceitação e a diversidade, por meio de programas de conscientização sobre o autismo e atividades que incentivem a empatia e o respeito mútuo entre os estudantes.
Outra estratégia é a formação de parcerias com especialistas em autismo, os quais podem prover às escolas suporte adicional e recursos valiosos, tanto na orientação dos educadores quanto na intervenção direta, quando necessário. É crucial assegurar que as escolas obtenham financiamento adequado para disponibilizar recursos suficientes que atendam às necessidades das crianças autistas, abrangendo desde a contratação de profissionais especializados até a adequação das infraestruturas escolares.
É imprescindível a mobilização da comunidade educacional e da sociedade em geral para garantir que todas as crianças, sem exceção, tenham acesso a uma educação de qualidade.
*Edina Araújo, jornalista e diretora do VGNOTICIAS
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